Diante da situação de isolamento com a qual as pessoas passaram a viver, justamente em função da pandemia mundial decorrente do Covid-19, vários casais passaram a buscar a via do divórcio, com o intuito de dissolverem as suas uniões.
Tal fenômeno pode ser fruto do excesso de convivência próxima e de um longo período de confinamento, ou ainda, da falta das rotinas de lazer com amigos próximos, ou da realização de viagens para a quebra da rotina diária.
O fato é que a dissolução de um casamento ou de uma união estável é algo que traz à tona não apenas a frustração de um projeto do casal, mas também, a frustração de um projeto de vida pessoal de cada um.
Na maior parte das vezes, isto é assim porque as pessoas, quando casam, ou constituem uma união estável, não imaginam, nem desejam que a união chegue ao fim. É normal que haja a construção de sonhos, o planejamento e desenvolvimento de certos projetos.
A sensação de fragilidade de vida humana, com a constatação do fim de tantas vidas, fez com que algumas pessoas parassem para pensar nas suas escolhas de vida. Alguns passaram a enxergar melhor o seu cônjuge ou companheiro, observar melhor a sua personalidade, a sua forma de ser. Nem sempre esta constatação é positiva.
Em função disso, em cerca de cento e vinte dias de isolamento da vida social e da intensificação da convivência conjugal no mesmo domicílio, o cenário brasileiro parece seguir a tendência das cidades chinesas, revelando um aumento no número de casais que não estão mais suportando a vida conjugal e já ingressaram, ou pretendem ingressar, com pedidos de divórcio.
E a culpa é da pandemia? Será? Muitas vezes, o problema está bem anterior ao período de convivência, e a intensificação serviu apenas para deixar mais claro o que já estava lá. O fato é que o processo de dissolução não acontece em um dia, mas leva tempo, geralmente. Tempo para pensar, para amadurecer, para decidir, para dar o primeiro passo.
O importante é que essa decisão, se assim for a vontade do casal, ou de um deles, seja um fruto bem maduro, que tomou “sol”, tomou “chuva”, dia após dia. Que não seja apenas um fruto que caiu no vendaval de uma tempestade de fim de tarde.
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